Vida nova para os Sambaquis de Saquarema

O Sambaqui da Beirada é a primeira Exposição

Arqueológica ao ar livre do Brasil

Depois de mais de uma década de lutas, a Praça do Sambaqui da Beirada, em Saquarema, está festejando 12 anos de existência e o reconhecimento de sua importância pré-histórica, cultural e turística pela Prefeitura local. A prefeita Franciane Motta sancionou lei que destina um por cento do orçamento municipal para a manutenção da Praça, para o ano de 2010.

A decisão é resultante de uma reunião realizada, em janeiro, na sede do Iphan, no Rio, entre o superintendente Carlos Fernando de Andrade e prefeitos de municípios fluminenses onde estão situados patrimônios históricos e pré-históricos de grande relevância.

Segundo a arqueóloga Filomena Crancio, responsável pela conservação dos sambaquis de Saquarema, um grupo de voluntários, com a ajuda de empresários e autoridades locais está organizando um consórcio para cuidar da preservação do sítio da Beirada. O parque ostenta o título de ser a primeira exposição arqueológica ao ar livre do país, além de ser o mais antigo sambaqui de Saquarema, datado de 4.520 anos AP (antes do presente).

Para que a festa seja completa, falta apenas o setor de Antropologia Biológica do Museu Nacional executar as réplicas dos três esqueletos expostos na praça, que estão se dissolvendo com ação do tempo. Um já se desfez quase completamente. As réplicas foram prometidas há sete anos.

Um Resumo sobre o Sambaqui, especialmente o Sambaqui da Beirada

Características do Sambaqui da Beirada

A Praça do Sambaqui da Beirada foi inaugurada em 31 de maio de 1997 como parte do Projeto de Preservação de Sítios Arqueológicos de Lina Maria Kneip ( DA do MN/UFRJ). Com quatro camadas de ocupação datadas por carbono 14, a mais antiga com 4520 anos A.P., o sambaqui da Beirada fica na restinga entre a lagoa de Saquarema e o litoral.
O Sambaqui da Beirada era o local de moradia temporária de populações pré-históricas litorâneas que viviam da coleta de moluscos, frutos, sementes e raízes silvestres, da caça e, principalmente, da pesca. Seu Valor botânico se deve à vegetação da restinga, com uma composição florística, com espécies de valor alimentar, medicinal e econômico. Este sítio apresenta registro de populações que viveram em 4520 anos a.p. (antes do presente) aproximadamente.
A palavra sambaqui é de origem indígena e significa tambá (concha) e ki (amontoado). Seus habitantes viviam organizados em pequenos grupos familiares, desfrutavam de um território comum e exploravam conjuntamente os recursos naturais existentes.

Sambaqui da Beirada

O Sambaqui da Beirada, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, encontra-se em excelentes condições de visitação, tanto para pesquisa científica, quanto para turismo. É um museu a céu aberto. Está devidamente cercado e preservado sendo hoje centro de visitação de estudiosos e escolares uma vez que lá estão preservados e expostos ao público, nos locais onde foram encontrados, três esqueletos de habitantes pré-históricos. O mais antigo dos três esqueletos foi datado, pelo método do carbono 14 adotado universalmente, em 4.520 anos antes do presente (AP).

Os SAMBAQUIS possuem forma e tamanhos variáveis: alguns têm até 400 m de extensão e, excepcionalmente, alcançam 30 m de altura. Localizam-se também nas margens dos rios e lagoas do interior, mas são encontrados, sobretudo, no litoral. Os SAMBAQUIS recebem denominações diversas: concheiros, casqueiros, berbigueiros, ostreiras e sernambis.

ENDEREÇO (MUSEU DO SAMBAQUI DA BEIRADA): Rua do Sambaqui - Barra Nova